Alguns acreditam que a atual administração de Mossoró não tem marcas e a
única coisa que transparece, mesmo que tardia e lentamente, são as obras do
Finisa, cuja verba foi conseguida e trazida pela gestão anterior após uma
recuperação das finanças e reestruturação que permitiu a prefeitura contratar
tal operação de crédito. No entanto, já se pode dizer que a gestão Allysson
Bezerra possui um padrão que ocorre desde uma contratação na saúde até a de
estruturas temporárias, sendo que estas serão removidas passadas o período da
festa junina.
A contratação de serviços por
cinco ou seis vezes o valor pago por outros prefeitos de outras cidades e
também de outros prefeitos anteriores. Exemplos não faltam para mostrar esta
marca: contratação de empresa para recolhimento hospitalar. Antes custava menos
de R$ 100 mil, hoje está custando meio milhão de reais. Banheiros do Cidade
junina, antes era contratado por R$ 80 mil, nesta edição custará R$
500 mil.
Também impressiona a
coincidência de valores cravados e fechados na atual administração. Há calculo
técnico por trás balisando? Parece que não. Fica difícil acreditar.
Esmiuçaremos abaixo essas contratações ‘polêmicas’, mas antes é preciso dizer o
óbvio ululante.
Ao propor na semana passada
tomada de preço de R$ 24 milhões (valor também cravado, dividido em duas
tomadas, uma de R$ 11,5 milhões e outra de R$ 12,5 milhões) para estruturas de
festas e shows. Saliente-se que até o último Cidade Junina tudo custava no
máximo R$ 4 milhões. Allyson chamou a atenção de muitos e mais ainda: mostrou
que a história de que a Prefeitura estava quebrada e não tinha dinheiro para
nada, não tinha nenhuma realidade e que com o decreto da calamidade financeira
conseguiu abrir a porteira para diversas contratações sem licitação.
Mesmo planejando torrar mais
de 30 milhões com a farra junina (o termo ficou bastante apropriado dessa vez)
e constatadas contratações de bandas com valores acima do praticado em outras
prefeituras, a exemplo do cachê de Wesley Safadão, com sobrepreço de 20% ao de
outras cidades, o prefeito foi mais além e, na prática, debochou da população
quando, em alto e bom tom, declarou no twitter e redes sociais que o valor de
quase 12 milhoes para esta contratação tinha sido fruto do zelo com o dinheiro
público e que esta contratação representava uma economia de 50% aos cofres
públicos.
Como assim jovem prefeito? A
estrutura de 2019, por exemplo, a mesma utilizada em eventos como o Carnatal, o
maior fora de época do país, não custou mais que R$ 4 milhões e ‘uns
quebrados’, como diz o matuto. Todo o evento custou R$ 7,9 milhões com o mesmo
número de atrações renomadas. Só para se ter ideia, o Pingo fora comandado por
ninguém menos que Raí Saia Rodada em 2019. O evento, com todos os artistas
nacionais e todas as despesas de todas as naturezas pagas
de 2019, custou 33% a menos do que será o gasto da estrutura física temporária
que será instalada.
Nesse Cidade Junina o gasto
superará os R$ 20 milhoes facilmente. Um valor 300% mais caro do que todo o
gasto de 2019, que foi o São João mais consagrado de todas as edições.
Se Alysson conseguisse manter
o plano manifesto e exposto na tomada de preço de R$ 24 milhões apenas para a
estrutura temporária, o cidade Junina vai passar dos R$ 30 milhões facilmente,
já que de cachê de artistas ainda será mais R$ 3,6 milhões. Fora o gasto com
outros polos, como Chuva de Balas e o das quadrilhas que se apresentarão.
Se o mossoroense fosse
informado devidamente desses valores em uma rede social como o whatsapp, ao ver
o prefeito e a comunicação oficial afirmando que está economizando 50% de um
valor mega superfaturado, o mossoroense responderia no mesmo whatsapp com uma
figura (emoji) desconfortante. Afirmar que está reduzindo o valor quando está
aumentando em 400% (de R$ 4 para R$ 12 mihões) o preço das estruturas
temporárias (banais) quando se pretendia dar estouro de 800% (pretendia-se
passar dos R$ 24 milhões) é sim fazer o cidadão de palhaço. Há quem garanta e
vaticine que a redução foi feita com muita irritação interna no palácio da
resistência. Resta-se saber os motivos.
PS: As reformas da estação das artes, teatro não estão dentro desses
gastos. São obras do Finisa e como tiveram valores fixados por outra gestão e
não têm o mesmo padrão que essas contratações exóticas atuais. A Estação das
Artes, por exemplo, tem valor de reforma de algo que ficará para a cidade de R$
3,1 milhões. E detalhe: não ficará pronta para o São João. Mas, pelo menos após
o evento, qualquer reforma ali ficará de forma permanente.
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