O valor do cachê anunciado pela Prefeitura de Mossoró a Wesley Safadão e Xand Avião põe em xeque o decreto de calamidade financeira na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, sendo R$ 600 mil para Wesley e R$ 400 para Xand. Por aí já se tira, um pouco o crédito dos decretos que têm sido mantidos pelo prefeito Allysn Bezerra (Solidariedade). Caso a crise fosse procedente, a Prefeitura não iria ter essa despesa.
Aliado
a isso e para piorar a situação, a Prefeitura de Mossoró vem se omitindo diante
de um problema grave na educação: a falta de profissionais específicos para
atuar em sala de aula. É que em dois anos de pandemia, a educação básica ficou
fragilizada e o distanciamento social apenas acelerou situação que seria, posteriormente,
analisada e enfrentada: crianças e jovens estão cada vez mais inseridos na
introspecção, deixando claro a suposta existência de problemas psicológicos,
educacionais e sociais.
Por
conta disso, o Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) entrou com ação
pública para cancelar os shows de Wesley Safadão e Xand Avião. O MPRN entende
que o dinheiro que a Prefeitura de Mossoró pagaria os dois artistas seria
suficiente para resolver o problema da falta de professores.
A
Prefeitura rebateu a decisão do MPRN e disse que a ação não se sustenta,
juridicamente falando. Ocorre que a não-sustentação de alguma ação judicial não
pode ser afirmada por uma simples nota enviada pela Secretaria Municipal de
Comunicação Social.
É
preciso que a Prefeitura de Mossoró esclareça os motivos. A tese de que tem
contratado estagiários para sanar a falta de professores não indica que o
problema está resolvido. Professor é uma coisa e estagiário é outra coisa. Até porque
estagiário precisa que a sala de aula seja comandada por um professor.
Além
do mais, a Prefeitura falar que tem feito seleção para contrato temporário
também não resolve o problema. O profissional que faz uma seleção não tem a
obrigação de ficar até o final do contrato caso seja aprovado em algum concurso
público.
O
que a Prefeitura de Mossoró está fazendo é protelar a solução de um problema. O
que resolveria, em definitivo, seria um concurso público. O prefeito Allyson
Bezerra passou 2021 sem fazer nada pela educação.
O
assunto relacionado à ação do MPRN repercutiu nacionalmente. A Folha de São
Paulo, por exemplo, noticiou a situação. E expôs para quem quisesse ler a situação
de Mossoró, onde um prefeito prioriza shows artísticos em detrimento da
educação.
E
alguém até pode dizer: sim, mas o Cidade Junina movimenta o turismo. E o blog
responde: sim, mas investir na educação de crianças e jovens é fazer com que o
desenvolvimento, no futuro, seja bem maior do que algo momentâneo.
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