Os que estão tentando fazer a defesa do prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) e do presidente da Câmara Municipal de Mossoró, vereador Lawrence Amorim (Solidariedade), recebem no rosto os pingos de saliva atirados há alguns anos, quando a mesma turma deitava e rolava nas críticas contra uma gestão municipal e partiu, em alguns casos extremos, para o lado pessoal. O script não muda. Ou seja: a mídia que insiste em se dizer isenta não inventou a roda e, por mais que tente passar a ideia do discurso de ética e tente ampliar a tese de que o prefeito e Lawrence estão sendo acuados, acusados, atingidos e afetados por quem quer que a coisa certa seja feita. Leia-se a população.
Nem venham dizer que quem sofre é o prefeito ou o
presidente da Câmara. Quem sente as mazelas da falta de planejamento, de gestão
e de um plano de governo não são os dois. É o cidadão comum que mora na
periferia e que necessita, por exemplo, de saúde, educação e a garantia de bons
serviços. Foi com esse discurso que Allyson saiu-se vitorioso em 2020. E agora
quem é o perseguido, humilhado e acuado é ele? Quem mandou pegar, no popular, na
rodilha sem ter a consciência do peso do pote?
Quando se critica, por exemplo, a tentativa falha
de encobrir resquícios de erros no aditivo à suposta conclusão das obras do
Memorial da Resistencia, por exemplo, na visão de quem sai em defesa do
prefeito, é porque não tem o que fazer. Ora, desde quando sair em defesa da
moralidade é desrrespeitoso? Dizer isso é o mesmo que desdenhar do estudo de
muitos. Em nome de 30 moedas tudo vale? E onde está a empatia? A temperança? A
humildade? A polidez? As virtudes deixam de existir quando o bolso fala mais
alto? Esse é o tipo de visão política que se tem, quando não se consegue
concretizar uma política de governo eficiente, um plano de governo que,
realmente, contemple a sociedade.
A defesa que se vê, do indefensável, causa náusea
até a quem sabe que o que se faz beira aos limites da insanidade que vem do
bolso. É errado defender um governo? Não, não é. Mas é equivocado pensar que os
que têm ideia diferente não possam expressá-las. Mossoró vive o que existe de pior
nos tempos atuais: tenta-se, a todo custo, encobrir os erros, as falhas e
omissões para, em nome de alguma coisa, dizer que o errado passou a ser certo.
Assim, de uma hora para outra.
Quinhentos mil reais é muito dinheiro para quem vai
a uma UPA e não tem direito ao básico. Mas acaba sendo pouco aos olhos de quem
não consegue enxergar um palmo depois do próprio nariz e pensa que a vida está
ali, naquele emaranhado de odores fétidos que causam enjoos aos estômagos mais
apurados, politicamente falando. Sim, porque a leitura que se apresenta, em
tudo o que foi dito, é que existe mais que um angu em torno do aditivo: pode
existir a culinária junina toda envolvendo o episódio de se colocar mais
dinheiro para uma obra já concluída. Tia Anastácia, cozinheira de mão cheia e
que fazia as guloseimas no fictício Sítio do Pica Pau Amarelo, perde e feio.
Pode-se defender um governo sem tentar
desqualificar quem pensa diferente ou quem apresenta falhas nesse mesmo
governo. Pode-se viver dignamente, eticamente e coerentemente sem perder a
leitura, os estudos e os títulos acadêmicos. Pode-se defender político sem, contudo,
passar a imagem de que palavras estudadas servem apenas para encobrir ruindades
e diabretes administrativas que causam problemas à ordem social. Isso no
sentido de não se ter alguma garantia a nenhum tipo de direito.
Tudo pode no país de Mossoró. Até o certo ser
errado e o errado, pasme, ser o certo. Nessa inversão de valores, de
transformação e de inércia, o cidadão que está lá na ponta é quem sofre. E se tiver algo errado, que a culpa recaia sobre quem o cometeu. Assim como as penalidades previstas pela lei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário