quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Padre Sátiro, um ser perfeito na sua imperfeição

Um sonho. Uma vida. Uma história. Essa tríade marca a passagem de Sátiro Cavalcante por estas bandas terrenas. Das brenhas de Pau dos Ferros para o mundo. Sim, porque a projeção que ele direcionou para os seus (nós) ganhou dimensão que não se pode auferir. Da criança que nasceu predestinada à religião veio um cidadão preocupado com a transformação social por meio do óbvio: educação. Padre sátiro conseguiu unir dois desejos em um e garantiu a inserção do seu nome no rol de pessoas nascidas para aquilo que se propuseram e hoje passa a acompanhar, lá de cima, a discussão que a sua passagem, terrena para a etérea, provocou.

Dos bancos da FURN para a galeria da fama acadêmica, política e educacional. A luta pela estadualização da então FURN, passando a ser, posteriormente, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), por si, bastava a ele o que se chama de lugar ao céu. Isso garantiu, a muita gente, a oportunidade de uma vida melhor por meio da educação. Muitos se graduaram e muitos, hoje, estão fomentando a economia potiguar graças à ação de Padre Sátiro na década de 1960.

Muito já foi dito estes dias sobre Padre Sátiro. E muito ainda vai ser falado. A história não muda. Assim como não mudará o legado que ele deixou para o Rio Grande do Norte. Não é exagero afirmar que por mais que homenagens sejam feitas, tudo ainda será pouco diante do que ele proporcionou à sociedade potiguar. 

A passagem do seu corpo pelo bairro Dom Jaime Câmara é uma prova da importância de sua vida. Muitos ali cresceram acompanhando as ações por ele desenvolvidas por meio da FM Santa Clara. Naquele bairro ele lutou para fomentar a educação básica e garantir que os moradores tivessem acesso à informação. Ele sabia que um povo informado é, consequentemente, um povo aberto ao futuro.

Claro que imperfeições existiram. Todos nós somos imperfeitos. Padre Sátiro sabia que nós, homens e mulheres, fomos feitos imagem e semelhança de Deus. Portanto, não temos condições alguma de atingirmos a perfeição. E, como ser imperfeito, Sátiro foi perfeito naquilo que fez. E resta-nos, tão somente, agradecer pelo desprendimento pessoal e obstinação pelo desenvolvimento coletivo. 

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