quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

É preciso ver para crer que a São Tomé existe


Quem acompanha este espaço já leu, diversas vezes, que a coisa pública precisa ser tratada com respeito, ética, compromisso e honestidade. E isso não pode ser direcionado apenas para a cidade de Mossoró. Onde houver administração pública, onde tiver verba pública e, principalmente, onde existir gente que dependa de serviços públicos, essa máxima tem que ser efetivada. E quando algo surge que foge ao princípio acima dito, muita coisa igualmente se apresenta, suscitando o óbvio: estaria havendo falha na gestão do dinheiro que é do contribuinte, do povo. 

O palavreado acima é apenas para corroborar o que vem sendo dito, apresentado, comentado e criticado pela imprensa mossoroense. Pela parcela, diga-se de passagem. É que, ao que parece, o famoso colírio que faz enxergar uma realidade inexistente tem sido usado por muitos. A começar pelos que faz a própria administração.

Ocorre que é preciso, sim, espernear, gritar, criticar, cobrar e, acima de tudo, exigir respeito. Quem está à frente da Prefeitura de Mossoró, seja prefeito, vice, secretários e assessores, é pago pelo contribuinte. E, por isso, deve, obrigatoriamente, tratar o povo com o máximo respeito, dignidade e transparência. É preciso, sim, apresentar à sociedade o que vem sendo feito com o dinheiro público sob pena do surgimento de dúvidas sobre vários temas, inclusive de escândalo envolvendo empresas fantasmas.

É óbvio que não basta apenas dizer que, por força contratual, empresa A ou B existe. Para fins de comprovação, tem que existir, necessariamente, espaço físico. Ou será que o contrato superior a R$ 3 milhões, firmado pela Prefeitura de Mossoró com a empresa São Tomé Distribuidora, é para atendimento online? 

Saliente-se que a empresa que venceu a licitação e que ninguém sabe onde ela, de fato, existe, vai atender demanda da Secretaria Municipal de Saúde com gêneros alimentícios. Por certo nenhuma empresa de Mossoró está apta para tal. Ou, quiçá, tem envolvimento em algo escuso. Mas isso é assunto para a Câmara de Dirigentes Lojista (CDL), Federação do Comércio do Rio Grande do Norte (Fecomércio) ou o Sindicato do Comércio Varejista e Mossoró (SINDIVAREJO) opinar, pois afronta diretamente a possibilidade de lucro em terras mossoroenses.

Pior para a Prefeitura, que tem se jactado de estar proporcionando o desenvolvimento do comércio local e contrata uma empresa de outra cidade e que não tem, sequer, sede no endereço informado.

O blog volta a dizer que o assunto deveria ser tratado diretamente pela Câmara Municipal sob pena do poder Legislativo ser acusado de conivência com uma prática que, diante da inexistência de prova contrária, remete diretamente a um escândalo recheado de R$ 3 milhões.

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