quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Em qual Prefeitura de Mossoró o cidadão deve acreditar?


Depois de uma nota reafirmando a lisura do contrato da empresa São Tomé Distribuidora e de um vídeo da secretária municipal de Saúde, Jacqueline Morgana, dando conta de que estava sendo sendo perseguida e alvo de misoginia, além de destacar que a empresa em questão estava legalizada, eis que um fato novo surge. Melhor dizendo: um novo fato novo, porque ontem, quarta-feira, a Procuradoria-Geral do Município enviou ofício ao Ministério Público, em cujo documento fala em incongruência documental. E, ainda na quarta-feira, noitinha, a Prefeitura de Mossoró lança edição do Diário Oficial do Município (DOM) e nele consta o cancelamento do contrato envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde e a São Tomé Distribuidora. Além de um procedimento administrativo, via Secretaria Municipal de Administração, para investigar as irregularidades que estão sendo divulgadas pela mídia alguns dias.

A lição que fica disso tudo vem em forma de questionamento: em qual Prefeitura acreditar? Na que lança nota oficial, dando conta da lisura da licitação e de que a empresa contratada estava amplamente legalizada? No vídeo em que a secretária Morgana Dantas fala em perseguição e alude, como forma de explicar a contratação da empresa, que sua pasta está fazendo o que não se fez há 70 anos, que é cuidar da campanha de vacinação? (Como se, no surgimento da Covid-19 a gestão anterior não tivesse feito nada).


Deve-se crer na Prefeitura que envia ofício ao Ministério Público, falando em falhas documentais ou na Prefeitura que cancela o contrato?

Como se pode ver, a Prefeitura de Mossoró está com tripla ou mais personalidades. E essa confusão de identificação acaba respingando, severamente, na população. Afinal, o que está em jogo é a verba pública. Se com apenas um contrato deu o que deu, imagine o que pode existir nos demais.

É por isso que se faz necessário que uma investigação séria e profunda seja feita para passar a limpo como está, realmente, a gestão dos recursos públicos em Mossoró. Administrar a coisa pública não pode ser vista como gerir um botequim ou uma botique. E com todo respeito aos botequins e botiques.

Espera-se que, a partir da lição que surge com este caso, que os que estão à frente da Prefeitura de Mossoró cresçam e passem a administrar como gente grande, como gente adulta. Não se pode admitir criancice em uma Prefeitura do porte de Mossoró, e nem em Prefeitura nenhuma.

Enquanto a secretária municipal de Saúde fala em perseguição e defendeu, com unhas e dentes um contrato que ela mesmo cancelou, deveria era cuidar da sua pasta, pois está faltando dentistas na Unidade Básica do conjunto Vingt Rosado há seis meses. O choro deveria ser por isso e não por defender o indefensável. Prova disso é que houve o cancelamento de um contrato marcado pela obscuridade e que chegou ao conhecimento público graças à imprensa tida como marrom e que pratica barrigada.

Por sinal, a gestão Allyson Bezerra deve um pedido de desculpa, sincero e fiel, aos que insistem e persistem em divulgar a vida real, em propagar a Mossoró real. Sim, porque a que é vendida no mundo virtual passa bem longe do que é material. Frise-se isso com o exemplo desse contrato com a empresa São Tomé Distribuidora.

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