O vereador Tony Fernandes é o entrevistado do blog neste Carnaval. Aproveitando que o momento requer análise sobre a gestão municipal, ações anunciadas e o que deixa a desejar, o parlamentar afirma que falta zelo com a verba pública e cita aditivo de quase R$ 500 mil para obra já concluída. Além disso, ele diz que existem, claramente e já observada pelo olhar de quem mora na periferia, duas Mossoró: a real e a criada nas redes sociais. “A Prefeitura gasta milhões com marketing e propaganda, mas pode perguntar nas ruas ao povo”, comentou. O vereador também fala sobre a verba que o prefeito Allyson Bezerra utiliza e direciona ao programa Mossoró Realiza, que na verdade vem a ser, ainda, fruto do Finisa. Nesta entrevista, Tony discorre ainda sobre o campo das conversas envolvendo 2024. Confira:
Diante desse cenário envolvendo empresa com sede que não existe, falta de transparência e com a gestão encobrindo erros, é possível dizer que a administração mossoroense está perdida?
- Sim,
claramente a Prefeitura não fiscaliza minimamente seus contratos e não tem zelo
com o dinheiro público. Devemos relembrar ainda que a gestão “deu fim” a quase
R$ 500 mil de um aditivo para uma obra já concluída, como foi no corredor
cultural, ou mesmo o contrato de R$ 2,4 milhões com escritório de advocacia,
mesmo a prefeitura mantendo uma procuradoria com profissionais concursados e
qualificados.
As
redes sociais do prefeito, bem como de seus assessores, projetam uma Mossoró
que está bem administrada, com obras e em franco desenvolvimento. Essa é a
realidade?
- Não é a
realidade. A Prefeitura gasta milhões com marketing e propaganda, mas pode
perguntar nas ruas ao povo, que a resposta não vai corresponder, pois recebemos
diariamente denúncia de descaso na saúde, bem como na educação, como escolas
que estão fechadas há mais de um ano, como é o caso da escola Ronald Pinheiro,
e os alunos sendo prejudicados com aulas 100% remotas, que não têm o mesmo
rendimento, ou mesmo obras inacabadas como o vuco-vuco, e sem esquecer da
passagem molhada na comunidade Mulunguzinho que rompeu pouco tempo depois da
mega inauguração.
Caso
não existissem os recursos do Finisa, como estaria a Mossoró real?
- O
prefeito utilizou os recursos do Finisa, contratado pela gestão passada, para
executar ou inaugurar várias obras na cidade, mas tenta confundir a população
de que tudo é fruto do Mossoró Realiza, idealizado em sua gestão, mas o pior
mesmo é que foi contratado outro empréstimo logo em seguida sem “fazer conta”
de que a população pagará dois empréstimos ao mesmo tempo, inclusive juros
altíssimos.
Algumas
verbas, de emendas, chegaram a voltar devido ao fato do prefeito não querer
“dar crédito” a quem foi atrás do dinheiro. Essa é uma visão de administração
moderna?
- Isso é
péssimo para um gestor. É agir como se o dinheiro fosse do prefeito e não do
povo. E quem sofre é a população, que busca o legislativo em busca de emendas
para diversos setores necessitados, e já esquecidos pelo poder público, como é
o caso da saúde (onde podemos destacar emendas para UBS, Liga do Câncer, causa
animal, CER), como assistência social (como Amantino Câmara, acessibilidade de
equipamentos públicos), e mesmo as associações de pessoas com deficiência, em
que todos os anos são beneficiadas com emendas parlamentares IMPOSITIVAS, e
mesmo assim, em ato autoritário e ilegal, o prefeito não realiza o pagamento.
Afinal, para onde está indo o dinheiro? A falta de transparência da gestão não
permite essa resposta.
Recentemente
a secretária de Saúde postou vídeo em suas redes sociais dando conta estar
sendo perseguida pelo fato de, também, a gestão estar fazendo o que não se faz
há 70 anos? Onde estariam essas ações?
- De fato
não sei onde estão essas ações. O que vejo são usuários da rede pública de
saúde nos procurando para denunciar que há anos tenta uma consulta
especializada e que o município só ligou para a família 2 anos depois da
solicitação, sendo que o paciente já tinha falecido 10 meses antes. É triste. A
falta de insumos também é uma realidade. Recebemos inclusive ofício da comissão
de saúde da OAB, que tem sido buscada também com tais denúncias.
Como
está o diálogo da oposição sobre candidato único para enfrentar o prefeito?
- Alguns
partidos nos procuraram com esse intuito, mas ainda está sendo discutido com o
nosso grupo.
O
senhor vê que seria possível unir todos em torno de um mesmo propósito?
- Acho
difícil, mas não precisa uma "chapa" única para ser competitivo.
Tivemos como exemplo a eleição de 2020 com vários candidatos.
O
senhor está confortável no atual partido? Existe sintonia com as outras
agremiações partidárias?
- Estamos de saída do SDD e com conversar avançadas com os diretores do Avante.
Caso haja algum revés em torno do seu projeto político, tem um plano B?
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