O Carnaval de 2024 está prestes a agitar as cidades brasileiras e, neste ano, além das festividades tradicionais, há um ingrediente extra: o período eleitoral. Em meio à euforia das bandas e dos foliões, surge a necessidade de vigilância, especialmente por parte do Ministério Público, diante das contratações e dos cachês envolvidos.
Ao firmar
contratos com bandas para animar o Carnaval, cabe a pergunta: quais critérios
são levados em consideração na hora de definir o valor do contrato?
O período momesco é uniforme para todos os municípios, mas fatores como distância da banda até a cidade, prestígio do grupo musical, tipo de apresentação (trio elétrico ou palco) e a tradição carnavalesca local podem influenciar nos cachês.
Um exemplo prático evidencia essa complexidade. Vamos analisar os municípios de Tibau e Apodi, ambos no Rio Grande do Norte. Enquanto Tibau não possui uma tradição carnavalesca tão arraigada, Apodi é conhecido por seu Carnaval tradicional e animado.
A banda Inala, de Mossoró, foi contratada para se apresentar em ambos os municípios. Surpreendentemente, o valor do contrato para Tibau, mais próximo de Mossoró, é de R$ 45 mil, enquanto para Apodi, mais distante, o cachê é de apenas R$ 30 mil.
A situação se repete com a cantora Aline Reis, também de Mossoró. Seu contrato para Tibau alcança R$ 60 mil, enquanto para Apodi, é de R$ 25 mil.
Esses casos levantam questionamentos, pois, pela lógica, esperava-se que quanto mais distante o município, maior seria o valor do cachê.
No entanto, os exemplos apresentados mostram uma realidade diferente: em alguns casos, quanto mais próximo, mais caro.
A empresa responsável pela contratação das bandas em Tibau é a Hotel Terra do Sal Ltda, da Buxexa Produções, que também é responsável pela organização do Carnaval na cidade.
Essa coincidência suscita debates sobre possíveis vínculos entre a empresa e a gestão municipal.
Este é apenas o início das investigações. O blog vai aprofundar a análise dos cachês de outras bandas e do trio elétrico contratados para o Carnaval de 2024, buscando trazer mais transparência e esclarecimentos sobre essas contratações em um período tão sensível como o eleitoral.
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