sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Mossoró fosse sala de aula, Allyson tiraria zero?


Mossoró fosse uma sala de aula, a gestão de Allyson Bezerra o aluno e o cidadão, professor, poderia se fazer uma analogia interessante sobre o que é correto ou não. Qualquer docente que flagre o discente em ação de cola tem a obrigação de aplicar nota zero. Pois bem, parece que o prefeito quer tirar 10 do eleitor, mas não está fazendo bem o seu dever. Isso porque ele tem falhado, e não é de agora, em atribuir a "César o que é de César". Ele prefere atrair para si todo o aspecto megalomaníaco que se possa compreender em se tratando de algum aparício (aquele que gosta de, definitivamente, aparecer).

Foi assim com todas as emendas do ex-deputado federal Beto Rosado e também com a da deputada estadual Isolda Dantas. E igualmente com todos os projetos que se encontram em destaque nas redes sociais, seja da Prefeitura de Mossoró ou do prefeito. Lá, nas redes sociais, consta que ele é o autor disso, daquilo e que somente ele está sendo capaz de fazer a maior obra que Mossoró já viu. Ora, crê-se que a assessoria do prefeito não tem se pautado pela história e deixa de lado, por exemplo, a tricotomização do Rio Mossoró, o Complexo Viário da Abolição, Cobal, ginásio e toda a infraestrutura que a segunda cidade do RN possui. Tudo isso não é nada e somente Allyson é o famoso "bam,bam,bam" da administração pública.

Em discurso quando assumiu a cadeira no Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino citou poeta Manoel de Barros ao expor a frase: "um bom líder político jamais pode ser um mero artefato midiático submetido à lógica dos algoritmos." Em outras palavras, não se pode pensar o tempo todo, e todo o tempo, em cliques, coraçõezinhos e mensagens positivas de quem é pago com o dinheiro público para fazer determinado serviço e acaba confundindo sua tarefa com a famosa arte de babar.

De maneira que, quando o prefeito lança uma obra, dita por ele como a maior que Mossoró já viu, é desconhecer e desmerecer o passado. Todo gestor, ao seu tempo, contribuiu para que a segunda maior cidade do Rio Grande do Norte mantivesse esse patamar. E não vai ser agora, com um administrador pautado pela ânsia midiática, que a coisa vai ser diferente.

Mas, voltando ao zero que o cidadão deveria aplicar ao gestor municipal diz respeito ao fato de, nesta obra específica, da construção de uma estada, com ponte, ligando a BR-110 à BR-304, Allyson Bezerra afirma que os serviços fazem parte do programa "Mossoró Realiza", idealizado por ele para não dar o devido crédito a quem conseguiu recursos.

Acontece que a obra em si que foi licitada e orçada em pouco mais de R$ 67 milhões, não foi, sequer, planejada pela atual gestão. Para contextualizar a situação, tudo começou na segunda administração de Fafá Rosado, quando ela determinou a atualização do Plano Diretor.

Houve o processo eleitoral de 2012, Cláudia Regina venceu, mas acabou sendo afastada da Prefeitura e quem se tornou prefeito foi Francisco José Júnior. Nesta última gestão, de Silveira, o processo não andou. Na eleição subsequente, de 2016, venceu Rosalba Ciarlini. E foi ela quem deu seguimento à ideia iniciada em Fafá. Rosalba deteminou que estudos fossem feitos e o posterior projeto. Feito isso, tudo foi enviado ao Ministério das Cidades para a devida captação de recursos.

E, realmente, a verba foi autorizada recentemente. E o dinheiro saiu graças ao senador Rogério Marinho, que sequer teve o nome citado pelo prefeito Allyson Bezerra.

E tem mais: até a contrapartida para a construção do rodoanel não tem o DNA da atual gestão. A participação da Prefeitura de Mossoró na obra será possível porque foi inserido, no detalhamento do FINISA, recurso necessário para que tudo fosse iniciado. O financiamento, como se sabe, foi Rosalba quem deixou e que Allyson Bezerra aparece como o maior prefeito de Mossoró sem ter participação direta alguma no que se planejou.

Então, como se percebe, se o prefeito fosse aluno, o cidadão fosse professor e Mossoró, a sala de aula, certamente ele estaria reprovado, com nota zero, por plágio e cola. E para não dizer que tudo está errado, existe uma placa com o nome a Caixa Econômica Federal e onde aparecem valores da obra. E somente.

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