Sabe aqueles contos antigos que eram propagados, por meio da fantasia, para alardear alguma verdade? Os candidatos que foram penalizados pela falta de planejamento, organização e ética pelo IDECAN, durante prova escrita às vagas de professor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), estão sendo obrigados a ler.
É que, depois de ter negado recursos sobre questionamentos da banca corretora e do padrão de respostas, o Instituto simplesmente resolveu desconsiderar a lista definitiva de aprovados para atender a revolta dos que se sentiram prejudicados pelo descumprimento total do edital do certame. Em tese, o Instituto o faz duas vezes: primeiro quando não publicizou quem seriam os professores corretores e cobrou (na chave padrão) algo que não e constava do edital, e agora com a anulação parcial da lista definitiva.
E nada do que se publicou no portal do candidato está na página central do concurso. Absolutamente nada foi acrescentado, em termos de aditivos, comunicado e etc. Tudo foi direcionado para a página do candidato.
Para piorar, ou não, o Idecan resolveu que ajustará as bancas das vagas em Filosofia, Pediatria, Urologia, Nefrologia, Medicina Intensiva, Química em Ensino, Ciências Econômicas, Línguas Estrangeiras - Inglês, Dermatologia, Pneumologia, Pedagogia (Fundamentos), Pedagogia (Práticas Pedagógicas), Odontologia e Serviço Social.
Nesta quarta-feira (17/07) o Idecan publicou comunicado interno, direcionado aos candidatos, que, depois de analisar os recursos que pediram a impugnação da mesa corretora, resolveu acatar. Ora, como é que se acata algo que foi negado à unanimidade?
Não faz sentido, agora, depois de ter escurraçado alguns candidatos, o instituto reconhecer que errou e somente depois da lista definitiva dos aprovados ter sido liberada e somente depois de se anunciar a judicialização do concurso.
Outro fator que chama a atenção é que, embora tenha comunicado que iria abrir novo prazo para recurso contra o padrão de resposta, nada foi posto no portal do candidato.
A UERN está de mãos atadas. Não pode cancelar o concurso para não incorrer em quebra de contrato e pagar multa elevada. Ocorre que, se for feita a análise ao pé da letra, já houve quebra de acordo. O edital, lei maior de todo e qualquer concurso, já foi para as cucuias há muito tempo. Quer prova maior de que já houve a ruptura contratual?
O certo é que o Idecan está mexendo com o psicológico de muitos candidatos. Não se pode, nem se deve, brincar com o psique das pessoas. É algo sério, singular e frágil. Um concurso do porte do que a UERN iniciou, e que segue sérios questionamentos de ordem ética, é o futuro de muita gente.
É hora de parar a brincadeira, de chamar - por analogia, os candidatos de palhaços e agir como gente grande. A UERN merece ser grandiosa. E deve!
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