segunda-feira, 24 de março de 2025

2026 caminha para um debate emotivo e rasteiro

2026 caminha para ser um ano emotivo. Ao que se pode analisar, tudo vem sendo projetado para que haja o sensibilizar do eleitor para histórias de vida marcadas por sofrimento, privação de direitos, pobreza, avanços, superação e, acima de tudo, conquistas coletivas. Aqueles enfadonhos, repetitivos e apelativos roteiros de marketing político para que o eleitor seja direcionado à aceitação de um nome que "veio de baixo" e que é capaz de mudar realidades a partir da sua, pessoal.

Não à toa já se começa a perceber movimentações nesse sentido. A superação pessoal entra em cena como um indicativo de que tal nome seria, definitivamente, o melhor. Fazendo, com isso, uma analogia interessante envolvendo o pessoal com o coletivo. Como se o fato de determinada pessoa conseguiu mudar sua realidade, poderá fazer o mesmo com a sociedade.

E é aí que está o problema. Vamos falar de algo que está bem claro para a sociedade: o prefeito de Mossoró está seguindo um script que vai, necessariamente, chegar ao aspecto socioemocional. Isso foi feito em 2020 e em 2024. No primeiro ano veio o aspecto social e emocional. No segundo, a suposta capacidade administrativa foi utilizada.

Ocorre que em 2026 será eleição estadual. Os famosos louros administrativos vão, sem dúvida, ser apresentados. E é aí que mora a questão: o prefeito de Mossoró não tem nada para apresentar como seu, definitivamente. A não ser, claro, obras que são feitas, inauguradas e, pouco tempo depois, refeitas. Mossoró está com vários serviços dessa natureza. E inclusive está nesse rol o calçamento intertravado, que não resistiu às chuvas e percebe-se falhas na sua aplicabilidade. O mesmo serviço "meio-boca" na ponte, boxes no centro da cidade...

Efetivamente, com isso a retórica de que alguém com infância de pobreza e que conseguiu vencer na vida, e que surge como diferencial, vai por água abaixo. Da mesma forma como a verba pública está indo pelo ralo com o "faz e repara" de obras.

Além disso, o prefeito de Mossoró não conseguiu o básico: garantir direitos. Olhe, por exemplo, os professores municipais, que enfrentam situação vexatória para que o piso da categoria seja seguido. Se tem essa falha na assimilação do direito do outro, como Estado pode ter a certeza de que terá um governador atento às necessidades coletivas? Negando os direitos? Impondo uma realidade virtual em detrimento da real?

E esse direcionamento vale não apenas para o prefeito de Mossoró. Serve para senador que está preso em algum lugar do passado, enquanto seguidor de alguma teoria política, seja também para ex-prefeito e ex-deputado que também pode estar inserido nessa prisão temporal e que não enxerga que houve mudança cultural, administrativa e política.

Em suma, o eleitor potiguar deve ficar bem atento para não se perder no tempo. Se a coisa está ruim, pode ficar bem pior.

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