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São João de Assú

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Não se tem inclusão quando o projeto, por si, é excludente


Ainda rende um projeto aprovado pela Câmara Municipal, com emenda voltada para a absorção de mão-de-obra qualificada e que versa sobre a inclusão de crianças atípicas no universo da educação. Isso na rede municipal de ensino. Muito já foi dito e, apesar disso, muito ainda precisa ser explicitado. Incluir vai além de falácias políticas, arrumadinhos administrativos ou suposta olhar bondoso de quem pensa em eleição futura majoritária.

Ao ver do blog, houve a aprovação do projeto para que se apresentasse resposta à população sobre o "interesse" da Prefeitura de Mossoró em garantir apoio aos professores que tenham alunos com alguma necessidade educacional especial. Ocorre que a minuta enviada pelo Palácio da Resistência foi "meio boca". No ´popular, feito nas coxas, sem o devido aprofundamento e sem a importância que o tema merece. Afinal, inclusão é bem mais profundo e bem mais sério do que um projeto político particular.

Assim sendo, coube ao Legislativo opinar. Evidentemente que, seguindo a linha de subalternidade, a Câmara Municipal pautou a aprovação do projeto. Mas não esperava pela reação popular. Retrocedeu. Mas veio a imposição, na vertente do Positivismo que marca a gestão mossoroense, para que fosse aprovado de qualquer jeito. Um vereador acrescentou emenda, elencando a necessidade dos 800 contratados apresentarem algum entendimento pedagógico. Pela ideia do Executivo, estudantes do Ensino Médio iriam atuar como suporte, atendendo crianças atípicas.

Com isso tudo exposto, vem a lapada na jugular da sociedade e, especificamente, de quem tem filho com necessidade educacional especial ou quem vai ser contratado pela Prefeitura: o salário. A Prefeitura de Mossoró vai pagar R$ 800,00 para um profissional graduado em Pedagogia, com especialização em Educação Inclusiva ou Educação Especial.

A Prefeitura de Mossoró fala em inclusão e, ao mesmo tempo, exclui. Sim, porque um pagamento de R$ 800,00 a um profissional graduado, especialista e capacitado é o mesmo que afirmar que o estudo não valeu à pena. Como é que um gestor que se jacta de estar fomentando a educação não respeita e não valoriza o profissional que nela trabalha, mesmo em contrato temporário?

A inclusão é regida por leis. E estas também versam sobre salário digno. E nem adianta apresentar chorumelas, defender o indefensável, pois quem vai estar lidando com crianças que necessitam de atendimento especial merece, também, estar incluído no devido processo legal relacionado a salário.

É o que dá deixar alguém que não entende de educação decidir o que fazer na área. É o que se espera de gestores que estão acostumados a ações rasas. Se o projeto estiver rasteiro, igualmente será o seu objetivo, a sua finalidade. E, no caso em questão, não se vislumbra inclusão quando o projeto já é, por si, excludente.

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