A administração da prefeita Cláudia Regina (DEM) fechou o semestre com 85% das metas estabelecidas para o período, conforme informou recentemente a Secretaria Municipal de Comunicação Social. A prefeita determinou que seus auxiliares busquem alternativas para complementar os 15% que faltaram e, para isso, é preciso planejar ações que envolvam atividades conjuntas. Diante disso, e fazendo um balanço dos primeiros meses da nova gestão, o JORNAL DE FATO inicia hoje uma série de entrevistas com secretários de pastas que se apresentam com maior responsabilidade, entre elas a de Desenvolvimento Social, Educação, Desenvolvimento Urbano e Saúde. Iniciando o bate-papo, a secretária Patrícia Leite, do Desenvolvimento Social, anunciou a expansão do programa “Viver sem Drogas”, que será inserido nas atividades do programa “Crack, é possível vencer”, desenvolvido pelo Governo Federal. “Vamos poder ampliar as ações, pois trabalhamos na linha da prevenção e vamos poder trabalhar na assistência e na repressão. Por isso vamos ter uma parceria mais forte com as áreas da saúde e da segurança”, informou. Nesta entrevista, Patrícia discorre sobre temas cruciais da sociedade, como drogas, gravidez precoce, juventude e idosos e apontou como a Prefeitura de Mossoró pretende trabalhar cada item.
JORNAL DE FATO – As drogas, tidas como o principal mal do século, provocam a maioria das mortes entre jovens em Mossoró, direta e indiretamente. Como o Programa Viver sem Drogas vai ao encontro das famílias para que haja um trabalho preventivo?
PATRÍCIA LEITE –Iniciamos agora neste ano, de fato, o programa Viver sem Drogas e funciona em 18 equipamentos sociais, nos Centros de Referências e nas Casas da Nossa Gente. Levamos atividades esportivas e culturais para os jovens, para que eles possam gastar suas energias, receber novos conhecimentos e acessar novos valores para que eles não enveredem para o mundo das drogas. O programa Viver sem Drogas vai ser ampliado com o programa “Crack, é preciso vencer”. Apenas três cidades do Rio Grande do Norte conseguiram adesão ao programa, que é nacional. E Mossoró é um destes municípios. Vamos poder ampliar as ações, pois trabalhamos na linha da prevenção e vamos poder trabalhar na assistência e na repressão. Por isso vamos ter uma parceria mais forte com as áreas da saúde e da segurança. Vamos atuar na área da prevenção, no cuidado, da assistência e da repressão. Temos que atingir todos esses eixos para que os casos da violência possam, de fato, ser reduzidos
TEM-SE percebido que não basta apenas trabalhar o jovem. As famílias ficam fragilizadas...
EXISTE a preocupação com a família. A prefeita Cláudia Regina orienta para que todas as ações sejam voltadas e articuladas para a família. Aqui na Secretaria do Desenvolvimento Social, já fazemos esse trabalho, que acontece nos Centros de Referências da Assistência Social e vai ser ampliado agora nos espaços onde funcionam os PETIS, que serão transformados em Serviços de Convivência à Família. São espaços onde buscaremos trazer o pai, a mãe, os avós dos jovens para participarem das atividades. Compreendemos que se nós trabalharmos só os jovens não iremos atingir o nosso objetivo.
EMBORA se tenha ação voltada para o jovem, ele precisa ocupar seu tempo também com alguma atividade rentável. Como trabalhar essa questão?
POR orientação da prefeita Cláudia Regina, as secretarias de Desenvolvimento Social, Saúde, Educação, Geração de Emprego e Renda estão discutindo para elaborar um projeto que busque a inserção do jovem no mercado formal de trabalho. Temos hoje os cursos do Protanec, que são técnicos e voltados para adolescentes e jovens que tenham o ensino médio completo. Vamos ampliar a ação com o conjunto de secretarias, pois teremos que atuar na prevenção, ampliar o conhecimento e expandir a inserção destes jovens para que eles garantam sua sustentabilidade no mercado formal.
SABE-SE que as drogas fazem parte também do cenário escolar, já que alguns traficantes apostam no público jovem. Existe alguma ação que envolva alunos e professores?
O VIVER sem Drogas, neste segundo semestre, está buscando trabalhar as escolas que estão próximas dos Centros de Referências. A criança e o adolescente que frequenta o Centro de Referência é o mesmo que frequenta a escola. Neste primeiro semestre, já realizamos algumas ações nas escolas para os pais e agora vamos ampliar a ligação do Centro de Referência com a escola para facilitar a identificação de casos e a prevenção.
PELO que a senhora está dizendo, será um trabalho em conjunto...
NÃO acreditamos em ação na área social que não
envolva saúde, educação, segurança pública, a cultura e a subsecretaria do
trabalho. Até porque o slogan da administração da prefeita Cláudia Regina é
“Todos por Mossoró”. Então, acreditamos nesta junção de forças para que a
prevenção às drogas e à violência, para que a inserção de jovens no mercado de
trabalho sejam realmente fortes e deem resultados.
COM relação ao idoso?
TEMOS atenção especial ao idoso. Tanto que estamos fortalecendo os Centros de Referência. Somos parceiros da Gerência da Gestão Ambiental no que trata do programa Idoso Cidadão. Os idosos são multiplicadores na prevenção e da área de preservação no bairro. Cada bairro onde acontece o mutirão social, os idosos dos Centros de Referências e da Casa da Nossa Gente são capacitados para serem esses agentes multiplicadores para identificarem, dentro do seu bairro, lixo, os esgotos e saberem para onde ligar, bem como orientar a família e preservar o meio ambiente. São ações que se fortalecem. Trabalhando o idoso, pois ele pode contribuir com a sociedade com os conhecimentos de vida. Por isso que estamos ampliando o programa Idoso Cidadão.
AINDA na questão das drogas, se houver algum jovem que ameaça a família, tem um comportamento agressivo por uso de drogas, como a secretaria pode intervir nestes casos?
SÃO casos realmente difíceis. Amanhã (hoje), vamos fazer uma reunião com todos os agentes de proteção de Mossoró e que trabalham na área da proteção, como os Conselhos Tutelares, Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente... Dois promotores da Vara da Criança e da Juventude já confirmaram presença... teremos representantes da Casa de Passagem, Centro de Referência e dos NIAC’s. Vamos discutir a rede de proteção e pensar não apenas nas crianças e jovens vítimas da violência, mas também em crianças e adolescentes que geram violência no interior de suas famílias. A gente está reestruturando essa rede para que as ações sejam melhor encaminhadas. Muitas vezes se denuncia na Promotoria, que encaminha para a Assistência Social para que as visitas e acompanhamento às famílias sejam feitos. Queremos ampliar esse trabalho. Acreditamos que é na junção de todas as instituições que fazem ao atendimento à criança e ao adolescente que iremos fortalecer as ações.
O CIDADÃO pode informar casos de violência nesse sentido?
PODE informar à Secretaria ou ao Centro de Referência de Assistências Social, o Creas, que funciona na Avenida Rio Branco. O telefone é o 3315- 4882, no horário comercial, de segunda a sexta-feira.
AS UNIDADES Básicas de Saúde identificam casos de gravidez precoce, que geram conflito familiar. A secretaria acompanha estes casos?
ACOMPANHAMOS por meio do programa chamado Mãe Mossoroense. Fazemos uma parceria com as Unidades Básicas, que encaminham os casos para os Centros de Referências. Qual a exigência que fazemos? Que a gestante esteja com o cartão de vacina em dia, com suas consultas de pré-natal e pesagens em dia. Nos Centros ela recebe toda a orientação necessária e aprendem a confeccionar o seu enxoval, recebem orientações nutricionais e também do bebê, após o parto. Temos preocupação com a mãe e com a criança e acompanhamos desde a gestação para fortalecer o vínculo familiar.
E NOS casos de adolescentes grávidas?
TEMOS foco especial para as adolescentes gestantes. A gente quer acompanhar essa adolescente e que ela se insira no mercado de trabalho. Não só adolescente grávida, como as adolescentes e mulheres vítimas da violência e que são atendidas no Centro de Referência à Mulher, no Alto de São Manoel, onde temos como meta: a inserção destas mulheres no mercado de trabalho.
COM relação à zona rural? A Assistência Social tem alguma ação nas comunidades rurais?
ESTAMOS ampliando o atendimento à família na área do Jucuri, que é uma comunidade grande e possui vários assentamentos em seu entorno. Temos o PETI do Jucuri, que passará a ser o Serviço de Convivência e de Fortalecimento de Vínculo. Lá não atenderemos somente a criança, e sim o idoso, a mulher, o jovem, a gestante. É um trabalho inovador que estamos levando para a zona rural e que pretendemos expandir para outras comunidades. No Jucuri, será uma ação fixa e funcionará no prédio do PETI. Nas outras comunidades, estamos aderindo à modalidade dos CRAS itinerantes. São equipes que percorrem a área rural de Mossoró, que é ampla. Levando atendimento psicológico e social. Até o final do ano, queremos realizar essa ação.
PARA essas ações, logicamente que o papel da assistente social é imprescindível. Atualmente, o município possui em torno de 70 profissionais em seu quadro fixo de servidores. Será preciso realizar algum concurso?
É COMPROMISSO da prefeita Cláudia Regina a realização do primeiro concurso público para a área da assistência social. Vamos realizar concurso não só para assistentes sociais, como também para outros profissionais que tenham curso superior, para que nossos serviços possam ser ampliados com qualidade. Até o final do ano esse concurso será realizado.
O PAVILHÃO Social, instituído no Mossoró Cidade Junina, cumpriu seu papel?
A EXPERIÊNCIA foi extremamente positiva. Foi o primeiro ano que levamos ao Cidade Junina todas as ações que são desenvolvidas nas áreas mais carentes. O pavilhão cumpriu seu papel, pois a prefeita Cláudia Regina disse que teríamos um espaço destinado à família no Cidade Junina. Começávamos a funcionar às 4 da tarde e íamos às 9 da noite. Temos a certeza que estaremos no cenário do Cidade Junina no próximo ano, compondo a grande ação que acontece no mês de junho.
Fonte: Jornal de Fato