Pediatras que atuam no Hospital da Mulher anunciaram suspensão dos serviços por falta de pagamento. Eles estão sem receber a complementação dos meses de outubro e novembro, bem como o mês integral de dezembro do ano passado, além dos meses de janeiro e fevereiro deste ano.
Em virtude disso, eles resolveram paralisar os atendimentos eletivos desde a sexta-feira passada e aguardam posição da Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP). São 18 médicos que prestam serviços ao Hospital da Mulher por meio da empresa Néo Clínica. O comunicado da paralisação foi feito pela empresa à Sesap na última sexta-feira.
Segundo o pediatra Maxuel de
Oliveira Souza, a suspensão das atividades afeta diretamente os atendimentos
eletivos e que os profissionais estão atendendo apenas os casos de emergência.
Ele disse que a informação acerca do atraso no pagamento já tinha sido passada
à Secretaria de Saúde, que vinha protelando anunciar alguma medida concreta.
“Já tínhamos emitido informações sobre as más condições de trabalho, da falta
de medicamento e do atraso de pagamento, que vem desde outubro”, disse ele,
acrescentando que os meses de outubro e novembro foi feito repasse parcial.
“Não recebemos nada dos meses de dezembro, janeiro e fevereiro”, afirmou.
Para o médico, é muito tempo de
trabalho sem que se faça o devido pagamento. O médico frisou que os pediatras
resolveram paralisar as atividades em virtude de existir no contrato, entre a
empresa com a Sesap, cláusula que permite paralisação em caso de atraso de
pagamento em 90 dias. “Eles prometeram liberar ordem de serviço para hoje
(ontem), mas até agora (às 15h) não saiu nada”, disse.
Ainda segundo o pediatra, a
Sesap havia informado anteriormente que o pagamento seria resolvido depois do
carnaval, mas nenhuma posição concreta foi anunciada pelo Governo do Estado. A
Neo Clínica trabalha com cerca de 22 pediatras, dos quais 18 atuam no Hospital
da Mulher. Destes, existem profissionais que se deslocam de Natal para cumprir
plantão, bem como de outras cidades.
“É muita pressão. É muito trabalho que não
é valorizado. Por isso que os diretores (antigos) entregaram os cargos. A Sesap
alega que o Estado está em situação difícil. Estamos insatisfeitos, pois
trabalhamos na base do improviso, faltando medicamentos e famílias comprando
remédios. Além disso, a gente não recebe a remuneração”, afirmou.
O repórter manteve contato com
a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde Pública, que ficou de
retornar ligação telefônica com as informações relacionadas à situação do Hospital
da Mulher. Até o fechamento desta edição, às 18h, ninguém da Sesap enviou os
esclarecimentos solicitados. O repórter também tentou conversar com a diretoria
do Hospital da Mulher, mas não conseguiu.
Fonte: Jornal de Fato