Ex-reitor da Universidade Federal Rural do Semiárido em dois mandatos, o
professor Josivan Barbosa de Menezes se coloca como pré-candidato à Reitoria e
quer fazer jus ao fato de ter colocado a Instituição em patamar de destaque
nacional. Foi na gestão dele que a então Escola Superior de Agronomia (ESAM)
ganhou status de Universidade. Nesta entrevista o ex-reitor fala sobre suas
pretensões na Academia e se coloca como nome da oposição. Leia abaixo:
O que o levou a
anunciar projeto de retornar à Reitoria da Ufersa?
Na condição de
diretor da ESAM e, consecutivamente, primeiro reitor da UFERSA, tive a
felicidade de coordenar o maior projeto do Governo Federal para o nosso estado
dos últimos 50 anos. Na minha gestão pactuamos com o MEC condições para criar
vagas de docente e técnicos, conquistamos recursos de custeio e de capital para
passar de 02 para 40 modalidades de cursos de graduação, criamos 02 programas
de doutorado e conseguirmos expandir a atuação da UFERSA nas cidades de
Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros. Entretanto, 15 anos após a sua implantação,
constato que um dos maiores problemas da UFERSA é a redução na captação de
recursos de investimento. Para se ter uma ideia, nossa universidade teve uma
redução monetária tão acentuada, que sua receita atual representa cerca de 10%
do que foi há oito anos, durante a minha gestão.
Sem recursos de
investimento não podemos ampliar laboratórios e nem equipar os que foram
construídos. Também não podemos gerar infraestrutura para os cursos que ainda
estão em fase de instalação ou renovar os equipamentos dos laboratórios de
graduação e de pesquisa. Essa foi uma das motivações que tive para me lançar
como pré-candidato a reitor da UFERSA. Quero utilizar toda minha experiência
para lutar pela captação dos recursos financeiros necessários para a melhoria
de nossa infraestrutura e ampliação do quadro de docentes e técnicos nos campi
Sede Central, Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros.
O seu projeto é
pela oposição?
Sim. A UFERSA
vive um momento de polarização, conflitos e lentidão na prospecção de recursos
financeiros. Vou contra esse cenário. Meu desejo como reitor é o de restabelecer
o capital da UFERSA e articular com a comunidade acadêmica a modernização do
nosso modelo de governança, baseado na institucionalização de práticas e
procedimentos constantes, os quais possam reportar transparência, controle e
confiança para todos. Para mais, meu maior desejo é o de oferecer a todos os
professores, técnicos, estudantes e cidadãos potiguares uma gestão
transparente, acolhedora e democrática.
Recentemente um
pró-reitor se lançou candidato com viés oposicionista...
Respeito a
decisão do pré-candidato. Contudo, acredito que o cenário político nacional não
pode ser o principal indicativo utilizado por um docente que se coloque como
candidato. É necessário que esse candidato exalte sua experiência em
administração pública, seu espírito democrático no diálogo com a comunidade
acadêmica e, principalmente, suas propostas de gestão, as quais possam contribuir
com a nossa UFERSA.
Diante do seu
trabalho já Ufersa, isso o diferencia dos demais nomes?
A universidade é
uma instituição muito nova e, por consequência, tem um quadro de servidores e
docentes também muito novo. Mas, como tenho um histórico de luta pela UFERSA e de
serviço prestado ao Estado do RN, tenho a expectativa de que a comunidade
acadêmica considere a minha experiência na hora da escolha do seu candidato. Durante
a minha gestão na UFERSA produzimos um total de 80 realizações. Dentro delas algumas
conquistas para demonstrar os resultados da minha atuação como o primeiro
reitor da UFERSA: Transformação da ESAM em UFERSA; Pacto com o MEC para criação
do campus Angicos; Criação do campus Caraúbas; Criação do campus Pau dos
Ferros; Pacto com o MEC de 48 milhões de reais anuais investidos na UFERSA;
Pacto com a Bancada para Emenda Coletiva anual de 10 milhões de reais
investidos na UFERSA; Pacto com o MEC e luta no levantamento recursos de
custeio e de capital para aumentar de 02 para mais de 40 modalidades de curso
de graduação na UFERSA; Criação, institucional, do curso de Medicina; Criação
do curso de direito; Criação de 03 programas de doutorado.
Como o senhor
pensa a condução desse projeto?
Quero conduzir o
meu projeto de governança junto com a comunidade acadêmica. Para tornar a
UFERSA um ambiente de bem estar para os professores, técnicos e estudantes, de incentivo
ao ensino, aumento da pesquisa e expansão das ações de extensão em benefício da
população, assim como de ampliação de recursos humanos e de infraestrutura,
será necessário articular com a comunidade acadêmica a modernização do modelo atual
de governança, o qual deverá ser baseado na institucionalização de práticas e
procedimentos constantes, os quais possam reportar transparência, controle e
confiança para o público.
O que precisa
ser melhorado na Ufersa?
Pretendo
dialogar com a comunidade acadêmica para acolher todas reivindicações e, assim,
lutar por melhorias na UFERSA. Para dar uma resposta assertiva, considero que
alguns dos maiores problemas da UFERSA a serem melhorados são: o
restabelecimento da sua capacidade de captação de recursos de investimento
(capital) e de negociação com MEC na ampliação do quadro de servidores dos campi
Sede Central, Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros; aumentar a possibilidade de
oportunidades para seus egressos; por fim, desenvolver ações efetivas para
diminuir a evasão voluntária e involuntária dos discentes.
Como assim
senhor analisa o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão atualmente?
A universidade
precisa formar docentes qualificados nas licenciaturas, engenheiros
competitivos para o setor produtivo regional e profissionais qualificados nas
demais áreas para atender o mercado, mas, também precisa está preocupada com a
sua capacidade de inovar através de pesquisas que sejam úteis para a sociedade.
Esses pontos estando em sintonia, com certeza esse tripé estará. Claro que a
universidade precisa apoiar com recursos os projetos de pesquisa nas áreas
básicas e nas áreas de humanas que normalmente têm pouco possibilidade de
concorrer nos editais, lutaremos por isso.
O reitor atual
estaria jogando alto e sair praticamente com dois candidatos distintos?
Na qualidade de
ex-dirigente e na condição de ter tido o atual reitor como meu assessor em três
mandatos, prefiro aproveitar esse tempo da entrevista para despertar na
comunidade acadêmica a responsabilidade que ela tem com essa escolha. Sendo
assim, não podemos correr o risco de não restabelecer a prospecção de recursos
para UFERSA, conforme o cenário atual. Conto com o apoio de todos os
professores, técnicos e estudantes para voltar à reitoria e lutar por uma
UFERSA melhor.