O apressado come cru ou o coxo chega atrasado?
A resposta, certamente, está no pensamento de muitos. A campanha eleitoral deste ano mostra que tudo depende de estratégia e a pergunta acima se volta, claramente, aos que são oposicionistas e deixaram para fazer o trabalho de oposição em cima da hora. O resultado, óbvio, não tem como surtir efeito. E parece ser uma coisa bastante óbvia: não tem como desconstruir a imagem de bom administrador ou administradora em menos de 45 dias. E foi isso que alguns tentaram fazer. Sem sucesso, claro.
A imagem que leva à esta análise não poderia ser outra: Mossoró. Pelas terras de Santa Luzia o prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) deitou e rolou. Usou, ao máximo, algo que já lhe é peculiar, que é o marketing pessoal e virtual, para se sobressair. Os seus opositores nadaram, nadaram e "morreram" na praia. Ficaram apenas com o gostinho de ir para a disputa majoritária. E somente só. Até porque não tem jeito que possa dar jeito. É a realidade.
Caso a oposição realmente tivesse tido o interesse em entrar forte na disputa, o cenário acerca de nomes à Prefeitura de Mossoró seria, evidentemente, outro. Apenas seguiu-se a estratégia de que "é perdendo que se ganha". Em outras palavras, a eleição para prefeito, sem um nome realmente competitivo, serviu apenas para a projeção de uma eleição vindoura. Seja para 2026 ou 2028.
A oposição até tinha como mudar o cenário de favoritismo do prefeito. Mas não quis. Preferiu deixar para a última hora e apostar todas as fichas no Programa Eleitoral Gratuito. Não surtiu efeito. Os assuntos que ganham espaço no mundo jurídico (municipalização do Nogueirão, contratos, extratos, balancetes e números tidos como irreais) já estavam postos. Mas nenhum nome da oposição quis "comprar a briga" ou assumir a liderança opositora. E o resto... Bom, o resultado caminha para o que todo mundo já sabe.
E olhe que ainda existiam outros elementos de marketing para combater o governismo mossoroense. E o blog vai se atentar apenas em um, simplório, que é o uso do termo "menino" para adjetivar o candidato governista. Um menino não tem a capacidade intelectual para governar a segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. Falta-lhe maturidade, sabedoria e discernimento entre o certo e o errado, entre ética e moral. Por aí já se tira a ideia de que a oposição em Mossoró desperdiçou tempo e poder.
Como Mossoró acaba sendo uma espécie de vitrine, alguns candidatos a prefeito de municípios próximos acabaram enveredando pela onda e ousaram, até, misturar oposição e governo em um mesmo lado. Jamais daria certo. Assim como não vinga a ideia de que uma candidatura, por mais boa que seja o nome, não pode, e nem deve, seguir com uma programação que está apenas no conhecimento de poucos.
GROSSOS
Em Grossos, cidade perto, distante pouco mais de 40 quilômetros de Mossoró, a oposição até tentou ensaiar uma candidatura. Mas, pela falta de planejamento e de uma definição mais completa sobre o cenário político local, vai "levar de lavage" uma verdadeira surra de saia.
Lá a candidata governista, a prefeita Cinthia Sonale (União Brasil), já externou que não tem para ninguém. Muito menos para o seu adversário, ex-vereador Alexandre Paiva (PL), que ousou seguir na onda do "menino" e não vingou.
Uma carreata monstruosa, realizada domingo que passou, evidenciou o que o blog disse: o eleitor não assimila mais a ideia de candidatura sem planejamento. Muito menos que uma prefeitura seja comandada por um "menino". O destino de uma cidade não é brinquedo. O candidato do PL já deve ter percebido que o erro foi ter começado tarde. E a prefeita Cinthia Sonale mostrou que não estava para brincadeiras.
AREIA BRANCA
Na salinésia a coisa está séria. Dois ex-prefeitos estão na disputa e um terceiro candidato apenas cumpre tabela, sem menosprezar, obviamente. O eleitor areiabranquense, certamente, lembra que José Bruno Filho (MDB) e Manoel Cunha Neto (União Brasil), o Souza, já foram aliados. Um já foi vice do outro. E agora estão em campos opostos.
Bruno Filho se vale do apoio da prefeita Iraneide Rebouças, de quem já foi adversário no passado, para se retornar à Prefeitura. Diga-se de passagem que ele é o atual vice-prefeito. Mas a gestão de Iraneide não tem sido esses "filé" todo e Souza está sabendo explorar, com sabedoria, essas questões.
À grossa análise, Souza aparece em melhor colocação.
TIBAU
Em Tibau, a prefeita Lidiane Marques tem deixado claro que só uma coisa interessa: sua vitória. E não poderia ser diferente. Ocorre que ela enfrenta, apesar de estar em vantagem, obstáculo de ordem moral com relação, ainda, ao apoio anunciado recentemente do ex-prefeito Naldinho. Ele estava na disputa contra ela e, de uma "hora para outra" mudou de opinião.
Coube a Nazareno, que era candidato a vice-prefeito de Naldinho, assumir o vazio que ele deixou na chapa. Ele tem focalizado seu discurso na falta da administração em algumas áreas, a citar saúde e turismo.