O papel da Universidade do Estado do
Rio Grande do Norte (UERN), no que diz respeito ao Hospital Materno Infantil
que será construído em terreno do Campus Central – em Mossoró – pelo Governo do
Estado e com recursos do programa “RN Sustentável”, será de provocar (no bom
sentido) a gestão da saúde pública potiguar (estadual e municipal), no sentido
de se definir o modelo de administração da unidade hospitalar.
Segundo o reitor
Pedro Fernandes, trata-se de um tema que, definitivamente, deve ser tratado
especificamente pelas Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) e Secretaria
Municipal de Saúde (SMS). Para ele, uma cidade do porte de Mossoró, que é
vitrine para cerca de 70 municípios da região, não pode perder a oportunidade
de dispor de um serviço que já se mostrou, e ainda se mostra, importante para a
segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, bem como para a própria região
Oeste do Estado.
Sendo uma cidade-polo, Mossoró, na
visão do reitor Pedro Fernandes, não pode – e nem deve – abrir mão do projeto
que está inserido no programa RN Sustentável. E afirmou que caberá à Sesap ou à
Secretaria Municipal de Saúde a gestão do Hospital Materno Infantil.
Obviamente, disse o reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
que a unidade hospitalar contará com atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Para tanto, o reitor está fazendo a
sua parte. Nesta semana que passou, Pedro Fernandes se reuniu com a secretária
municipal de Saúde, Leodise Cruz, e tratou do tema. Embora preliminarmente, já
que não se tem, ainda, cronograma anunciado à execução da obra, com prazos
estabelecidos ao início dos serviços e sua conclusão.
O que se tem, de
informação, é que o Governo do Estado lançou licitação à contratação de
projetos arquitetônicos ao Hospital Materno Infantil. Na reunião, ocorrida na
quarta-feira última, Pedro Fernandes falou em unificação de discursos, da Uern
e Prefeitura, no sentido de que juntas possam levar à Secretaria Estadual de
Saúde o mesmo interesse.
“A Uern é uma apoiadora e
incentivadora. Estamos cedendo o terreno, mas compete aos órgãos (Sesap e SMS)
a gestão do hospital”, comentou Pedro Fernandes, acrescentando que já conversou
com o secretário estadual de Saúde, Ricardo Lagreca, sobre a possibilidade de
discutir o tema com a Prefeitura de Mossoró. Primeiramente, frisou Pedro
Fernandes, a discussão deverá girar em torno do cronograma. “É preciso
esclarecer o cronograma da obra”. E continuou: “o município carece desse espaço
e estamos trabalhando para que Mossoró não perca essa oportunidade”, afirmou.
Unidade comportará Serviços do Hospital da Mulher
A construção do Hospital Materno
Infantil em Mossoró, via programa RN Sustentável, está orçada em R$ 100
milhões. A verba faz parte do pacote de pouco mais de R$ 1 bilhão (US$ 540
milhões), fruto de financiamento junto ao Banco Internacional para Reconstrução
e Desenvolvimento (BIRD).
A ideia é dotar a segunda maior cidade do Rio Grande
do Norte de infraestrutura necessária à realização de partos (normais e
cesáreos), bem como unidades para acolhimento de recém-nascidos com algum tipo
de problema. Algo ampliado, em termos de serviços, no Hospital da Mulher.
A ideia de parceria envolvendo a
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Prefeitura de Mossoró e
Governo do Estado se voltaria, pelas palavras do reitor Pedro Fernandes, à
ampliação de algo já existente em Mossoró. É que o Hospital da Mulher, custeado
pelo Governo do Estado, representa elevado gasto com sua manutenção, pagamento
da equipe médica e de enfermeiros, bem como de equipe de suporte, além do
aluguel do prédio. Com o Hospital Materno Infantil, os serviços serão
transferidos para o Campus Central da Uern.
Além disso, a unidade hospitalar
serviria como eixo às aulas teóricas e práticas dos cursos que se voltam à área
da saúde (Medicina, Enfermagem, Serviço Social e Educação Física) para que os
universitários possam ter maior contato com suas futuras profissões. Daí o
reitor Pedro Fernandes enfatizar a importância, ao presente e futuro, das
atividades de ensino, pesquisa e extensão no Hospital Materno Infantil.
SMS: possibilidade de assumir gestão não
está descartada
O discurso unificado entre a
Prefeitura de Mossoró e a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN),
para a secretária municipal de Saúde, Leodise Cruz, se volta a um acordo
de levar a discussão da implantação do Hospital Materno Infantil, que será
construído com recursos do RN Sustentável, ao secretário estadual de Saúde,
Ricardo Lagreca.
As duas instituições querem discutir o pleito com o secretário,
falando da importância em Mossoró ter um hospital dessa natureza, que poderá
atender pacientes de Mossoró e região Oeste. No caso, a Universidade entra com
a cessão do terreno, situado no campus central, e o Município quer saber em que
pode ajudar o Estado na manutenção funcional ou estrutural da unidade.
Para Leodise Cruz, a implantação do
Hospital materno Infantil representa o preenchimento de uma lacuna ainda
existente em Mossoró e região. “A implantação dessa unidade ampliará o
atendimento em Mossoró e região, também auxiliando o Hospital Maternidade
Almeida Castro e o Hospital da Mulher na realização de partos e cuidados com a
mulher e o bebê, seja no método Canguru, Rede Cegonha e outros projetos nessa
área”, disse Leodise Cruz.
Perguntada sobre a possibilidade da
Prefeitura de Mossoró ser a gestora do Hospital Materno Infantil, a secretária
municipal de Saúde respondeu que esse é um dos temas que serão discutidos com o
secretário estadual de Saúde. Leodise Cruz enfatizou que na reunião realizada
na quarta-feira o assunto foi discutido por alto e ficou decidido que ela e o
reitor da Uern irão tratar do assunto com o secretário estadual de Saúde.
Administrar o Hospital Materno Infantil, enfatizou a secretária, é uma proposta
que não está descartada.
Leodise Cruz também enfatizou que a
Secretaria Municipal de Saúde quer colaborar com a manutenção do hospital,
assim como a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Mas frisou que a
construção da unidade, com recursos do programa RN Sustentável, é tarefa do
Governo do Estado.
Caso a parceria tenha continuidade, a
ideia praticamente tiraria do Orçamento Geral do Município a proposta de
construção ou aquisição de prédio ao funcionamento de um Hospital Municipal.
Até porque o volume de recursos que consta do OGM, de R$ 5 milhões, são
insuficientes para se pensar em construção e também aquisição de equipamentos.