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Fotos: Jornal de Fato |
Quando
a gente toma alguma decisão, seja ela qual for, sempre tem alguém que vai analisá-la
aos olhos da ética e da moral. Quando o assunto gira em torno de alguém
público, que é detentor de cargo eletivo, a análise é bem mais profunda. Assim
sendo, o blog se esquiva de realizar juízo de valor e se volta ao aspecto ético
neste post.
É
certo um prefeito elaborar uma espécie de “bonificação” para profissionais do
programa “Mais Médicos” e, ao mesmo tempo, possuir imóveis que sejam alugados
por estes?
A
resposta pode até ser positiva. Mas a questão é: o dinheiro que sai da Prefeitura,
em tese, iria para os bolsos do prefeito. Não é isso?
E
seria isso que estaria acontecendo em Mossoró. O prefeito Silveira Júnior,
conforme respondeu sua assessoria de imprensa à pergunta feita pelo blog, é
proprietário de um condomínio composto por oito casas no bairro Nova Betânia.
Três delas são alugadas aos profissionais do programa “Mais Médicos”. O
residencial é administrado por uma terceira pessoa, que não assina o contrato
de locação e este é gerenciado por uma imobiliária.
Seria
normal? Bem normal? Mas não é bem assim que a coisa está sendo vista.
Reportagem
do Jornal de Fato desta terça-feira lista o tema como “escândalo” e publica
contas de água, que está no nome do prefeito, de luz (em nome da primeira-dama
e secretária do Desenvolvimento Social, Amélia Ciarlini), bem como do contrato.
E faz a pergunta: De quem é o dinheiro?
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E
é a mesma que o blog faz: de quem é o dinheiro? Do prefeito? Da assistente
social? Da imobiliária?
O
dinheiro pode até parecer irrisório: R$ 2.100,00 por mês, entre os três
aluguéis. Mas se trata aqui de questionamento de ordem ética. E, sendo assim,
tanto faz se fosse R$ 0,10 ou R$ 1 milhão. A pergunta continuava sendo a mesma:
de quem é o dinheiro?
A
assessoria de imprensa do prefeito Silveira Júnior reconheceu que ele é
proprietário do condomínio. Explicou que os demais profissionais do “Mais
Médicos” são beneficiados com valores de R$ 1.500,00 por mês, dos quais R$ 1
mil se destina ao pagamento de aluguel.
A
questão da ética se torna maior porque tal condomínio não consta da informação
relacionada ao patrimônio informado pelo hoje prefeito de Mossoró à Justiça
Eleitoral. Em 2012, quando ele renovou seu mandato de vereador, o seu
patrimônio geral era de R$ 123 mil. O endereço do empreendimento imobiliário,
Rua Zacarias Gomes de Lira, até aparece na lista, mas apenas de um terreno com
valor de R$ 15 mil.
Daquela eleição para cá, a coisa se ampliou: o terreno
virou um residencial com oito casas que, ao valor de R$ 700,00, rende R$
5.600,00.
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Até
aí tudo normal. Pode ser que o prefeito tenha resolvido investir no ramo. E
talvez o prefeito nem tenha culpa nessa história toda. Mas é que, como foi dito
acima, a análise é totalmente ética: será que foi a coisa certa alugar casas a
três profissionais do “Mais Médicos”, sabendo que estes recebem ajuda de custo
com verba pública, e que esta verba retorna, na teoria, para o prefeito?
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Diante
disso, o blog enviou cinco perguntas à assessoria do prefeito de Mossoró, as
quais seguem abaixo:
Qual o valor pago pela Prefeitura de
Mossoró ao condomínio onde moram os profissionais do programa “Mais Médicos”?
A Prefeitura de Mossoró não tem
contrato algum com nenhum condomínio para moradia de médicos do Programa Mais
Médicos. A Prefeitura paga uma ajuda de custo em pecúnia aos profissionais
vinculados ao Município no valor de R$ 1.500,00 por médico, que é usada para
alimentação e moradia. Cabe a eles decidirem onde e como querem morar, bem como
se alimentar.
O contrato é por quanto tempo? Foi
iniciado quando?
Como dito na resposta anterior, não
existe contrato.
A quem pertence o prédio?
Com o dinheiro da pecúnia, os médicos
do programa Mais Médicos, decidem onde e como querem morar. Atuam hoje em
Mossoró, 14 médicos cubanos, que estão espalhados pela cidade. Não temos
condições de dizer a quem pertence todos os imóveis alugados por eles, bem
como, por uma questão de segurança, não podemos fornecer os seus endereços.
Sabemos, no entanto, que assim eles estão distribuídos (O blog suprime aqui o
endereço onde os médicos moram)
por quais motivos a conta de Água
(Caern) está no nome do prefeito?
Não respondeu
Por quais motivos a conta de energia
(Cosern) está no nome da secretária do Desenvolvimento Social?
Porque o condomínio em questão,
localizado no bairro Nova Betânia, que tem 8 casas de moradia e onde moram 3
médicos cubanos, é de propriedade de Francisco José Júnior. Contudo, o prédio é
administrado pela Sra. Ivanilda Borges Dias Dantas, cabendo a ela detalhes de
contratos e outras providências.