É com extrema preocupação que a Federação dos
Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN) recebeu a notícia de mais uma
redução nas receitas dos municípios potiguares. O primeiro decêndio de
julho do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) que vai entrar nas contas
das prefeituras hoje (09) será 20% menor que o repasse realizado no mesmo
período de 2014 em valores brutos e nominais. No RN, em decorrência dessa
situação, prefeitos analisam como vão gerenciar as despesas em suas cidades.
O presidente da FEMURN, Francisco José Júnior,
chama atenção para a realidade econômica dos municípios, onde as prefeituras
possuem demandas cada vez mais crescentes. “O custo básico que temos que arcar
em nossas prefeituras, estão muito aquém do que é repassado. As receitas estão
decadentes, tornando a gestão insustentável economicamente. Como se não
bastasse as reduções, ainda há a possibilidade de erro de cálculo. Estamos
estudando como vamos solicitar a reposição destes valores. A situação
preocupa”, analisou.
Além da queda do repasse em relação a julho de
2014, o valor referente à parcela de 0,5%, montante garantido às prefeituras
com a emenda Constitucional 084, negociada com o Congresso e o Governo Federal,
veio errado. Ele levaria em conta a transferência de um ano, e não apenas dos
seis primeiros meses de 2015. O texto final definiu equivocadamente que a
transferência aos municípios deve ser apenas dos seis primeiros meses deste
ano. Dessa forma, em valores totais, o FPM sofreu uma queda de cerca de 50%.
Para o prefeito de Vera Cruz, João Paulo
Cabral, a situação é delicada e exige atenção. “As cotas estão vindo muito
menores do que as registradas nos meses anteriores, o quadro inflacionário
também tem contribuído para o agravamento. Isso vem comprometendo a permanência
de atividades nos municípios, temos que pagar fornecedores, funcionários, e
arcar com outros custos, o FPM repassado está sendo insuficiente. Se a situação
de decréscimo persistir nos meses seguintes, sem dúvidas, os serviços
essenciais também serão comprometidos”, destacou.
Em fevereiro, após uma outra baixa, no FPM, o
presidente da FEMURN, junto com os prefeitos potiguares expuseram, em audiência
com o Governador Robinson Faria, a situação. Na ocasião foi apresentado ao
chefe do executivo potiguar um relatório de perdas decorrentes das baixas nos
repasses, também foi solicitado a inclusão das prefeituras no plano de
aplicação do empréstimo de R$ 850 milhões assegurados pela Assembleia
Legislativa.
VALORES LÍQUIDOS A SEREM REALIZADOS DO FPM
Coeficiente 0.6 – R$ 135.071,31
Coeficiente 0.8 – R$ 180.085,08
Coeficiente 1.0 – R$ 225.118,85
Coeficiente 1.2 – R$ 170.142,62
Coeficiente 1.4 – R$ 315.166,39
Coeficiente 1.6 – R$ 360.190,15
Coeficiente 1.8 – R$ 405.213,92
Coeficiente 2.0 – R$ 450.239,33
Fonte: Assessoria Femurn